
Ahh... papaizinho, precisamos de verba extra para as lembrancinhas!! rsrsrsrssr
A Sarah é protegida pelo Senhor Jesus Cristo!!!
"Eis que os filhos são herança do Senhor, e o fruto do ventre o seu galardão." Sl. 127:3 "E porei em vós o meu espírito, e vivereis, e vos porei na vossa terra, e sabereis que eu, o Senhor, disse isto e o fiz..." Ez. 37:14
Dia 17/08- Domingo: Após alguns meses de complicações, estando assombrada por uma hipertensão e incisura na artéria uterina, acordei sentindo tonturas, logo o nariz começou a sangrar achamos por bem, mais uma vez, ir até o pronto atendimento. Lá chegando o cardiotoco estava normal, a pressão alta e Sarah, que já estava em restrição de crescimento há 3 semanas, pulava feito pipoca. O médico pediu que fosse feito um Ultrassom de urgência que constatou baixa do líquido aminiótico. A ida ao pronto socorro resultou em adiantamento do parto. Fui para casa arrumar o que restava da saga de repousos e enxoval.
Dia 18/08 - Segunda: Depois de uma noite mal dormida, me internei às 10 da manhã, tomei banho, e fiquei esperando a enfermeira nos levar para o abate. Enquanto esperavamos, eu e Paulo, terminamos de colar a data das lembrancinhas, sentados no quarto, em silêncio. A enfermeira chegou junto com meus pais, fizemos uma última prece e fui levada para o centro cirúrgico.
No centro cirúrgico: Nos restou esperar, Paulo esteve ao meu lado, não demorou escutamos um chorinho,como que música aos ouvidos, às exatas 14horas e 29 minutos ela foi trazida ao mundo! Foram 4 fotos e a levaram para sala ao lado. Perguntei para anestesista se estava tudo bem, ela respondeu que sim, a pediatra confirmou. Ela passou muito rapidamente em uma encubadora, pequena, muito pequena e foi levada para Uti NEO.
Na recuperação: Foram infinitas 4 horas, sem saber como estava minha recém chegada filha, sem dor, com corpo e mente entorpecidos.
No quarto: Cheguei às 18h. Sangrando muito, frustrada, e recebendo a notícia de que ela estava bem. Que alívio!!
A internação: Durou ao todo 6 dias, logo no segundo dia, iniciamos a rotina de ordenhas e visitas na Uti... Sem resgardo, sem dieta... Sem tempo para dor, ou visitantes... Assim conhecemos um novo mundo, separado por uma porta de vidro que dizia... UTI NEONATAL.
Só pude entrar na UTI para conhecer nossa pequena no dia seguinte ao parto. Até então a notícia que tinha era que ela era pequena, mas respirava bem. Por trabalhar na área já conhecia este universo mas viver o outro lado é diferente, senti muito medo dessa palavra: UTI. Fomos apresentados a rotina da paramentação e caminhamos por um corredor de vidro onde podíamos ver mamães e papais quietos, que tinham olhos somente para seus bebês. Nossa bebê estava na última sala, sala 1, logo ficamos sabendo que lá estavam os bebês mais graves. Chegando ao lado da incubadora perdi o chão, já não a via mais, com os olhos alagados, abracei o Paulo e não consegui fazer nada além de chorar. Ela estava com acessos venosos em cada braço e perna, com um aparelho chamado Cepap, com entrada em cada narina, que jogava oxigênio para ajudá-la a respirar e com uma sonda pela qual era alimentada, além da nutrição parenteral. A primeira vez que vi minha filha, foi a pior cena que lembro já ter visto. Passado o susto, logo entramos na rotina, conhecemos outros papais e mamães que nos explicaram como tudo acontecia e ajudaram a colocar nossos pés no chão. Foram anjos que nos fizeram forte! Quando não sabia se conseguiria, ouvi palavras de força e consolo. Os demais dias se seguiram entre piccs, catéteres, sondas, apnéias, infecções, antibióticos, problema no coração, sopro, forame oval, possibilidade iminente de cirurgia, quedas de saturação, vômitos, bipes, alarmes, e tantos outros que nos atordoavam, então as primeiras 72 horas cruciais logo se passaram. Sentia-me anestesiada, não conseguia pensar ou reclamar, somente pedia a Deus, em cada minuto, pedia a Deus pela vida da nossa pequena. No terceiro dia um bebê da sala foi a óbito. Resolvi naquele momento que não fraquejaria, que concentraria todas as minhas forças para que nossa cria vingasse, mas no dia da minha alta chorei, estava indo para casa e deixando meu sonho para outras pessoas cuidarem, na verdade ela ainda não era minha. Logo no dia seguinte fui presenteada com o consolo de segurá-la pela primeira vez, fizemos mamãe canguru, pude sentí-la, seu cheirinho, seu calor, tornei-me um pouco mais mãe. E foi assim, sem faltar em uma ordenha ou visita, estava lá todos os dias, das 7:30 às 22h; me esforçando para ordenhar leite cru. E pedindo a Deus em cada segundo durante a visita: Jesus segure a mão de nossa pequena, tu que nos deu, ela pertence a Ti. Envie teus anjos para niná-la, alimenta com teu santo maná. Cuida pois não podemos cuidá-la. Por vezes cantarolava: "Aflito e triste coração, Deus cuidará de ti, por ti ópera a tua mão, e cuidará de ti. Deus cuidará de ti e em cada dia proverá. Sim cuidará de ti. Deus cuidará de ti." Não sei ao certo se cantava para Sarah ou para mim mesma. E ao final das visitas, todas as vezes que cruzavamos a porta de vidro da UTI abençoavamos os bebês e pediamos a Deus pela vida de cada um que ali estava, tornou-se um hábito que nos fez crescer. Na sala de ordenha fiz grandes amigas, que me consolaram sempre que eu pensava em desistir. Que me contaram suas histórias, tantas vezes piores que a minha. Mas a hora mais divertida, era sem dúvida os finais de tarde, enquanto esperávamos a visita da noite. Uma reunião de pais de UTI que esqueciam o sofrimento para dar boas e revigorantes gargalhadas. Quem por ali passava não entendia o motivo de tanta alegria. Pensando agora, acho que nem mesmo nós pais entendíamos. Com o passar dos dias os progressos foram aparecendo, o 1ml de leitinho por sonda já se tornara 11ml, 17ml. Mudamos se sala, Sarah foi desmamada do oxigênio e iniciamos as tentativas de amamentação. Logo ela já estava com 20ml no copinho e o peso aumentando. Qual não foi nossa surpresa quando chegamos para a visita e a médica maravilhosa nos pediu para preparar as roupinhas. Foi então trasferida para o berçário, onde aprendeu a mamar, sacou a sonda, completou 2kg e depois de 33 dias de UTI estava prontinha para alta. Só neste dia Sarah foi nossa!
Completados 33 dias de Uti, após comemorar cada grama engordada, cada mamada com mais de 5 minutos, cada obstáculo vencido pelos bebês vizinhos, aprendemos a valorizar os pormenores, a caminhar com passos de formiga. Aprendemos a ignorar aqueles que foram, um dia, os males maiores, pois frente à tão grande luta, perderam sua importância. Aprendemos a nós importar com o próximo, a clamar pela vida e valorizá-la. Agora sabemos que nossos planos não são os planos do Pai, e que a vontade soberana que prevalece é Dele. Aprendemos que as intemperanças que causaram tudo isso são na realidade insignificantes, descobrimos que somos regidos pela sabedoria divina e supridos pela força infinita de nosso Deus. Hoje, olhando para trás, podemos enxergar os passos de Cristo nos carregando e dizendo: "- Já não vos chamo de servos e sim de amigos." Agora o maior valor desta história está guardado pelas mãos onipotentes de nosso Pai, dormindo tranqüila na segurança de nosso lar. E pela misericórdia infinita do Senhor, temos nosso sonho realizado, deixamos de ser egoístas para nos tornar verdadeiros pais.
À Jesus: Antes de qualquer pessoa agradecemos ao Senhor Jesus pois pudemos viver o que diz Isaías: "... pelas suas pisaduras somos sarados." Ele em sua grandeza e santidade esteve conosco em cada minuto e é Ele o guardador de nossa pequena. Não há em todo universo Deus maior e mais misericordioso que este. Seja exaltado e engrandecido entre os homens, seja exaltado por toda terra.
À Família: Agradecemos a família, tão paciente, que esperou 33 dias para poder conhecer o pacotinho amado. Por estarem conosco nessa luta, e por vencerem conosco mais essa batalha. Agradeço em especial meu pai, por ter sido meu companheiro durante toda gestação, entre consultas, internações, exames, leva e trás, conversas e sonecas vespertinas, obrigada pai, você está sempre presente quando preciso, e isso é incontestável, o amo sempre. Agradeço também em especial minha mãe que foi meu suporte todos esses dias no pós alta, sua sabedoria nos salvou, sem você a Sarah nem mesmo tomaria banho, sua cumplicidade é essencial, e espero um dia fazer pela minha filha tudo que você fez por nós. Agradeço a amiga Tata, minha pediatra, GO, ombro amigo, consolo, você sempre está presente, até na hora do parto! Minha querida estrela, ainda vai brilhar longe e iluminar a vida muitos.
Ao meu GO: Agradeço ao Dr. Tadini por toda competência e paciência salvando duas vidas e toda uma família. Você foi o instrumento dos céus para que nosso sonho se realizasse, desde mesmo antes dela existir.
Aos Pediatras: Agradecemos também as Pediatras da UTI NEO Edinéia, Flávia, Maria Angela, Carla, Simone e Mônica pelo cuidade e a assistência mais que perfeita que foi dada a nossa pequena, vocês cuidaram do nosso bem mais precioso, muito obrigada de coração! E obrigada ao Dr. Sidney por nos acolher no pós alta.
À Equipe Multi da UTINEO: Obrigada pela paciencia, pelo cuidado, pelo conforto, por tudo que aprendi, estou me saindo bem em casa graças a vocês. E um obrigada especial para Vânia, Mari, Ju, Val e Verinha.
Aos Pastores: Agradeço ao Pastor Rilves e a Pastora Glésia pelo suporte espiritual, Glésia, você chamou a existência e a vida aconteceu, porque Deus ouviu seu clamor hoje posso embalar uma filha, obrigada querida, que Deus continue usando sua vida para realizar maravilhas.
Pessoal do Einstein: Agradeço todo pessoal do trabalho por ter acompanhado, pela paciência (mesmo os que não tiveram) e pela torcida por nós, em especial Dani e Sandra pelas consultorias e Rosangela por ter acolhido uma barriguda sem fôlego.
Meninas de Outubro: Agradeço a cada barrigudinha de outubro pelas conversas, consolos, pelas muitas gargalhadas, por ocuparem meu tempo e minha cabeça durante toda gestação. No final fui uma barriguda de agosto, mas não seja por isso, fui acolhida por vocês da mesma maneira. Em especial, Pituka, Laurinha, Iana, Giu, Suki, Carle, Vivi, Aline, Rê e as Josis. Amo cada uma.
Amigos da UTI: Agradeço também a cada papai e mamãe da UTI, por terem sido a maneira que Deus usou para nos consolar, pelas tantas horas que estiveram ao nosso lado, pelas histórias, passos e descompassos, amigos que conhecemos na adversidade e que carregaremos no coração sempre. Quando Sarinha completar 1 aninho, quero ver cada rostinho de nossos filhotes da UTI correndo por lá.
Por fim: Agradeço a cada um que orou, torceu, chorou e se alegrou conosco. Somos prova viva que há um Deus zelando por nós, que nos cuida e nos orienta mesmo quando a fé é perdida, ele nos renova, restaura e nos leva a lugares altos, antes jamais imaginados.
Nenhum comentário:
Postar um comentário